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"A minha Alucinação é enfrentar o dia-a-dia e o meu delírio é a experiência com coisas reais..." (Belchior)

A liberdade de ser mãe


Nesse ano, quiseram as circunvoluções da Terra ao redor do Sol que o domingo do Dia das Mães coincidisse com a comemoração da Abolição da Escravatura. Já comentava isso minha querida amiga Rita Maria Oliveira Mendes dia desses.
Não vejo coincidência mais oportuna para falar sobre ser mãe.
Fui mãe aos 25 anos, e, desde quando carregava minha filha na barriga, já começaram minhas próprias abolições. A abolição do uso das roupas justas e das linhas curvas do meu próprio corpo....
E junto com isso, a liberdade de sentir que carregar um filho traz muito mais felicidade do que usar um jeans apertadinho.
Logo em seguida, abolição da rigidez de horários, a libertação de atitudes individualistas. Um filho nos alforria de ser um, de ver sob a ótica individual. De repente, amamos todas as crianças do mundo e todas as crianças do mundo habitam a criança que temos nos braços. Sentimento de universalidade, compartilhamento, alegria e doação.
Fui mãe novamente aos 31 anos e, de novo, a vida me brinda com novas abolições. Uma criança coberta de vernix que repousou em meu colo me trouxe outra liberdade: a de me sentir capaz de, mais uma vez, olhar o mundo com uma fé inabalável no futuro, nas pessoas.
E a abolição é constante, diária, pequenos grilhões que nos prendem a crenças ultrapassadas e que vão lindamente se quebrando com palavras, gestos e comportamentos ingênuos, cândidos, iteligentes ou sagazes.
Fui filha de uma mulher (menina?) de 18 anos que certamente comigo nos braços foi abolida de muitas das tantas prisões a que um ser humano está sujeito. E que me ensinou que a liberdade pode ser mais que um sonho, para que eu pudesse dizer isso aos meus filhos hoje.
Obrigada, mãe, pela felicidade de ser tua filha.
Obrigada, meus filhos, por me fazerem tão feliz sendo a mãe de vocês.

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